Aproveita as oportunidades que o Estudo em Casa te proporciona desde o 1.º ao 9.º ano. Acede aqui à disciplina de Leitura e Escrita que te ajudará a ler e a interpretar o que se lê e a cruzar os diversos conhecimentos de todas as áreas. Irás também desenvolver o prazer pela leitura, pois os Livros, além de nos transmitirem conhecimentos, são meios que nos permitem viajar e a viver outras vidas.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Estudo em casa
Sugestão de leituras. Ler faz-nos Crescer!
Para os mais novos...
Sabias que a Peste Negra, que dizimou cerca de um terço da população europeia, em 1348, teve origem na China? E que os médicos recomendavam que se limpasse a casa e os corpos com água e vinagre? E que o papa Clemente sobreviveu a esta pandemia circulando entre fogueiras permanentemente acesas, em pleno Verão, enquanto residia em Avinhão?
Estas e outras informações poderás ter lendo O Ano da Peste Negra de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.
Aventura-te na viagem de dois irmãos que, acompanhados por um cientista, recuam, por meio de uma engenhosa máquina do tempo, ao ano de 1348, onde, em Lisboa, os habitantes lutam contra a Peste Negra que grassava, causando a devastação, também disseminada em toda a Europa, vinda da China. Eles conhecem um miúdo dotado de uma personalidade peculiar e acabam por se envolver numa aventura, que os coloca em risco de vida, ao cruzarem-se com uma quadrilha.
Livro que agrega diversão com conhecimento. Aproveita e lê!
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
Sabe bem um pouco de Poesia...
Álvaro de Campos
Começa a haver meia-noite, e a haver sossego
Começa a haver meia-noite, e a haver sossego,
Por toda a parte das coisas sobrepostas,
Os andares vários da acumulação da vida...
Calaram o piano no terceiro-andar...
Não oiço já passos no segundo-andar...
No rés-do-chão o rádio está em silêncio...
Vai tudo dormir...
Fico sozinho com o universo inteiro.
Não quero ir à janela:
Se eu olhar, que de estrelas!
Que grandes silêncios maiores há no alto!
Que céu anticitadino! —
Antes, recluso,
Num desejo de não ser recluso,
Escuto ansiosamente os ruídos da rua...
Um automóvel! — demasiado rápido! —
Os duplos passos em conversa falam-me
O som de um portão que se fecha brusco dói-me...
Vai tudo dormir...
Só eu velo, sonolentamente escutando,
Esperando
Qualquer coisa antes que durma...
Qualquer coisa...
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).
- 59.Este poema de Álvaro de Campos -̶ um dos heterónimos de Fernando Pessoa – produzido numa fase em que sobressaem o devaneio, a melancolia e o tédio pela vida, poderia servir para assinalar o contraste entre a euforia e o ruído do dia com a serenidade que a noite transporta. Lentamente, a passagem do tempo é sugerida pelo silêncio que a pouco e pouco se instala.
Sugestão de leitura da
BE O ruído e a Cidade (cota 504,
RUI), título adaptado do livro francês Le bruit
e la ville.