A Biblioteca do Rei Afonso Henriques

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Uma janela para o mundo — escrita diarística

Dali S. Moça à janela, 1925 10 . Tendo em vista que a internet ...      Reflexo da tarefa sugerida pelo #EstudoEmCasa, alguns alunos do 7.º D, coordenados pela Prof.ª Irene Salgado, produziram textos recorrendo às técnicas dos textos diarístico e descritivo, inspirados no quadro de Salvador Dalí, "Figura na janela" datado de 1926, em que a modelo era a irmã do pintor, Ana Maria Dalí, que se posiciona numa janela virada para o mar, em Cadaqués.


  Janelas para o mundo
A Manuela é uma mulher como outra qualquer que está na sua janela a observar o único mundo que consegue ver.
Como já fazia antes, consegue ver da janela o mar e o horizonte. Mas nesta altura, é o único contacto visual que tem com o mundo.
Tudo isto porque um vírus invisível lhe fechou as portas, como se fosse uma violenta tempestade.
Mas a Manuela como todas as outras pessoas procurou outras janelas para o mundo. Os seus familiares, amigos e conhecidos passaram a procurar outras janelas disponíveis, encontrando-se todos agora através das redes sociais, telefones e computadores. O que se passa no mundo chega-lhe pela televisão.
A diferença está agora nos cheiros, aromas e brisas do mar que sentia na rua e agora está à janela para lembrar a liberdade que tinha antes.

                 Bruno Faria,  7.º D

               Maria estava à janela. Nela tocava um vento leve e suave que trazia o som dos golfinhos lá ao longe. Adorava ouvir as ondas a baterem nas rochas, tal como as gaivotas talentosas a mergulharem no mar. Ela ficava maravilhada com o tamanho dos barcos que por ali passavam. Ouvia os amáveis passarinhos, perto dela, a chilrear suavemente. Maria vislumbrava as luzes do farol e ouvia o som que ele emitia, para os barcos não baterem nas rochas.
            Para Maria, a parte mais espantosa era o pôr-do-sol. Ficava tudo calmo e tranquilo naquela altura. Ela adorava ver o sol a baixar, as ondas reluzentes, o som impressionante, que as gaivotas faziam a irem para os seus ninhos. E o mais extraordinário era mesmo o odor da brisa marítima.
            Depois disso tudo, ficava quieta a admirar a sua linda paisagem.


Joana Ribeiro, 7.º D

Querido diário,

            Estou desde o dia 14 de março em quarentena e está a ser uma experiência má. Parece que estar fechada em casa os dias passam muito devagar. Estou há um mês em casa, quase dois, cada vez mais há filas nos supermercados, e isso torna muito mais difícil de fazer compras. Ainda bem que já está tudo a acalmar, felizmente, e espero que, com isto tudo a acalmar, as pessoas não achem que já acabou, porque se sairmos todos vai estragar tudo.
     Tenho saudades da minha família, dos meus amigos e até das aulas, bem, se calhar das aulas não, mas sim do ambiente da escola. Estes tempos foram terríveis, espero não voltar a passar por isto. Eu estou a cumprir a quarentena e o ambiente aqui em casa é sempre num tédio, só quero ir passear livremente sem ter máscaras ou qualquer tipo de proteção, quero abraçar a minha família e os meus amigos .
                                                                                                              


  Matilde Faria, 7.º D


          Querido diário,

            Estou desde o dia 13 de março em quarentena, já vai fazer dois meses que estou em isolamento. Nunca pensei que aos meus doze anos de vida passasse por uma pandemia. Está a ser uma experiência diferente, sinto-me um pouco farta de estar em casa, sinto saudades da minha família, amigos e professores.
Tenho aproveitado este tempo em casa, para fazer bolos, ajudar a minha mãe em algumas tarefas domésticas e praticar algum exercício físico.
Vejo as notícias daquilo que se está a passar no mundo e penso que todos nós devemos cumprir a nossa parte para o número de mortes e infetados não aumentar, como sucedeu a vários países que estão a passar pela mesma tragédia.
            Se todos nós fizermos a nossa parte tudo vai ficar bem!
                                                                   
 Maria Victória,7.º D

              Querido Diário,

            Hoje é dia sete de maio, ou seja, faz hoje um mês e vinte e quatro dias desde o meu primeiro dia de quarentena.
     Em relação a esta situação do coronavírus, acho que nem todas as pessoas estão consciencializadas sobre esta pandemia, mas presumo que a maior parte esteja a cumprir a quarentena.
            Os meus dias em casa estão a ser passados mais facilmente do que eu pensava, apesar de todos os trabalhos e aulas que temos todos os dias. Da escola as saudades não são muitas, mas dos meus amigos, nem se fala.
            Acordo todos os dias lá para as oito e um quarto, para chegar a tempo às aulas da manhã. À tarde, assisto à telescola e despacho os trabalhos de casa. Nos meus tempos livres, vejo séries sozinho ou com a minha irmã, treino, ouço música, vejo vídeos no YouTube de pessoas que vivem na selva a construir casas ou a caçar e a cozinhar animais, e às sextas-feiras, em especial, limpo a casa.
            Espero que isto tudo passe rápido e que a escola recomece o mais cedo possível.    
Afonso Pereira, 7º D