Poema à Paz
Ninguém diz como a casa nos conhece
Pela melodia de um sorriso
Dentro de um pão quente a folegar a manteiga
Nas mãos de uma criança na correria do vento!
Ninguém diz por que não poemas sobre a paz
Que não foram alvejados com vestígios de guerra
Ou com telegramas anunciando a chegada do soldado
Agasalhado no silêncio
Que metralha a filigrana da voz!
Ninguém diz como é mais doce a sombra das pombas
Voando com o movimento dos dedos
Que a dança dos bombardeiro
Ou o tráfego dos tanques em contramão!
Que não deixam respirar e as casas tombam de joelhos!
Ninguém diz como o sol respira
Num coração rodeado de aves
Nem como queremos a paz instalada no batedor do peito
Livre de qualquer arame farpado!
José M. Teixeira