A Prof.ª Susana Jordão e o seu filho Rodrigo partilharam uma comovente história de solidariedade familiar bem a propósito do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Todos conhecem o enquadramento histórico da menina judia Anne Frank que, infelizmente, não conseguiu sobreviver ao Holocausto. Não foi o sucedido com a história de vida destas duas crianças estrangeiras acolhidas, em Guimarães, pelos bisavós da Prof.ª Susana.
Solidariedade
em momentos difíceis
Ekardt, a esposa e os avós da Prof.ª Susana. |
Também o meu bisavô materno
ficou amigo de um menino chamado Ekardt,
que tinha vindo nas mesmas condições, para a casa de uma prima. Como essa prima
só tinha uma filha e o meu bisavô tinha uma família numerosa (cinco irmãos e
duas irmãs), o Ekardt, sempre que podia, ficava lá. Aprendeu com o meu bisavô a
gostar de caça e pesca. Passados muitos anos, chegou mesmo a visitar o meu
bisavô, encontraram-se na Alemanha, durante uma viagem que o meu bisavô fez, e
numa segunda vez, veio a Esposende (foto 1 e 2), onde o meu bisavô passava as
suas férias de verão.
Rodrigo
Jordão Oliveira 9.º B
A Humanidade não poderá nunca esquecer
os crimes mais horrendos e as atrocidades cometidas durante o Holocausto., no
entanto, orgulho-me por poder dizer que os meus bisavós maternos acolheram em
suas casas, e receberam como seus, duas vítimas frágeis dessa guerra sem
sentido. Apesar de se ter perdido o rasto da menina Austríaca, a relação com o
rapaz, judeu Alemão, manteve-se enquanto ambos foram vivos.
Após 75 anos, cabe-nos lembrar o que
aconteceu, mesmo que isso nos envergonhe e entristeça pois “aqueles que não
recordarem o passado estão condenados a repeti-lo.”