«A poesia é uma arma carregada de futuro.»
Gabriel Celaya
Gabriel Celaya
Para
comemorar, a 21 de março, o Dia da
Árvore e da Poesia, a Biblioteca Escolar propôs a leitura expressiva
de um poema e uma breve alusão à efeméride , no início do 1.º
tempo da manhã. O Dia da Árvore foi comemorado, pela
primeira vez, nos Estados Unidos da América, em 1872. Coincide com a
chegada da Primavera
e procura-se chamar a atenção de todos nós para a importância das árvores na
nossa vida e na vida do Planeta Terra.
O Dia Mundial
da Poesia celebra-se a 21 de
março e foi instituído pela UNESCO,
em 1999, com o propósito de promover a leitura, a escrita, a
publicação e ensino da poesia, no
mundo.
Podes ler aqui alguns poemas
Pelo
sonho é que vamos
Pelo
sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
comovidos e mudos.
Chegamos?
Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta
a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos?
Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.
– Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião
da Gama
As
árvores e os livros
As árvores como os livros têm
folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.
E são histórias de reis, histórias de
fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas
temperadas».
É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.
Jorge Sousa Braga in Herbário
Segue
o teu destino
Segue o teu destino...
Rega as tuas plantas;
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
de árvores alheias.
Rega as tuas plantas;
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
de árvores alheias.
Linda árvore é o
choupo
Linda
árvore é o choupo
Que
dá flor e não dá fruto
Eu
tenho ouvido dizer:
- Quem
ama padece muito!
Quadra
popular
Os livros
Apetece chamar-lhes irmãos,
tê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par,
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.
José Jorge Letriatê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par,
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.
Ler à lareira
Se estava a chover,
sentava-me a ler
junto da lareira.
Que bela maneira
de passar a tarde,
quando a lenha arde
e cá na memória
se guarda uma história
lida com prazer!
Se a chuva caía,
eu lia, eu lia
sentava-me a ler
junto da lareira.
Que bela maneira
de passar a tarde,
quando a lenha arde
e cá na memória
se guarda uma história
lida com prazer!
Se a chuva caía,
eu lia, eu lia
Maria Teresa Maia Gonzalez
in A casa com o sol lá dentro
Velhas Árvores
Olha
estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livresda fome e de fadigas:
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livresda fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Livro
um amigo
para falar comigo
um navio
para viajar
um jardim
para brincar
uma escola
para levar
debaixo do braço.
Livro
um abraço
para além do tempo
e do espaço.
Luísa Ducla Soares
um amigo
para falar comigo
um navio
para viajar
um jardim
para brincar
uma escola
para levar
debaixo do braço.
Livro
um abraço
para além do tempo
e do espaço.
Luísa Ducla Soares
O
jacarandá florido
Brando cantar trazia
Branda a viola da noite
Branda a flauta do dia
Branda a viola da noite
Branda a flauta do dia
O Jacarandá florido
Brando cantar trazia
O vinho doce da noite
A água clara do dia
Brando cantar trazia
O vinho doce da noite
A água clara do dia
Quem o olhava bebia
Quem o olhava escutava
O jacarandá florido
Que o silêncio cantava
Quem o olhava escutava
O jacarandá florido
Que o silêncio cantava
Matilde Rosa Araújo